Padrão de beleza e Transtorno Alimentar: uma breve reflexão

11 de novembro de 2021

Os Transtornos Alimentares são causados por um agrupamento de diversos fatores; dentre eles, podemos citar as influências do meio sociocultural, que possibilitam tanto o desencadeamento da doença, quanto a sua manutenção, devido ao excesso de exposição aos pensamentos de dieta e de exercício físico ligados à conquista de um corpo magro (a forma corporal mais imposta e, portanto, a mais desejada).


Atualmente, tais influências do nosso ambiente social carregam diversas informações por meio do mundo virtual. Assim, sabemos que as mídias de comunicação (revistas, redes sociais, televisão, internet) veiculam milhares de informações a cada instante, as quais nos sugestionam a seguir alguns padrões de beleza, como os corpos muito emagrecidos e também os musculosos.


Uma relação corporal prejudicada é a origem do sofrimento de muitas pessoas, especialmente para aquelas que sofrem de TA (anorexia nervosa e bulimia nervosa), já que tal relação corporal negativa é um sintoma importante nesta psicopatologia. Dessa forma, no momento de acessar as produções midiáticas (fotos, textos, reportagens), necessitamos repensar a nossa educação crítica e o nosso poder de questionamento acerca dos conteúdos com os quais nos conectamos, a fim de evitar a introjeção dos padrões de beleza que são abundantemente oferecidos para que nos encaixemos.


Duvidar da veracidade das imagens que incentivam os padrões de beleza possibilita mudar a construção da relação com o corpo e também ressignificar o que é beleza, permitindo ressaltar a importância da diversidade de corpos e de belezas, e retirar crenças de positividade e negatividade quanto ao tamanho, forma e contorno corporais.


Para concluir, o objetivo dessa breve postagem é refletirmos criticamente sobre quaisquer espécies de estereótipos, de estigmas e de idealizações da aparência física e, assim, reduzirmos a internalização de qualquer padrão de beleza, bem como a comparação social de características corporais.


Vamos dizer NÃO à obrigatoriedade dos padrões de beleza e SIM para uma relação salutar com os nossos corpos, porque o desenvolvimento de uma autoestima saudável ocorre por meio de um autoconceito benéfico, construtivo e positivo que alguém tem sobre si mesmo quanto à sua autoimagem (não padronizada!), e quanto aos seus afazeres, às suas capacidades e às suas potencialidades.



Texto elaborado para o nosso blog pela psicóloga Marcela Nunes Paulino de Carvalho (CRP 06/123.532)


17 de março de 2022
Confira o depoimento de Patricia Gipsztejn Jacobsohn - Psicóloga e Psicanalista, sobre a correlação entre Mídias Sociais e Transtornos Alimentares.
Tablet com imagem de ícone de alerta
4 de março de 2022
Fique por dentro de alguns sinais que podem identificar Transtornos Alimentares
Mãos segurando falando
10 de fevereiro de 2022
Prevenir transtornos alimentares é melhorar a saúde!
Mais posts